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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

FRAMES-CRÍTICA – Sequência de Uma Noite de Crime supera o original por se aprofundar no tema

Fábio Pereira

No cinema, são raros os casos em que uma sequência supera o original. Talvez isso se deva a uma série de fatores como péssimos roteiros, atores medíocres e diretores idem, ou a um específico que defendo há tempos: a inabilidade em se aprofundar, de maneira inovadora, num tema antes proposto. Para nossa sorte, amantes da sétima arte, alguns casos ocorrem e somos brindados com sequências diferenciadas bem mais atrativas.
Para quem não assistiu a Uma Noite de Crime (leia a crítica), vai aqui uma rápida pincelada sobre o tema permeia ambos (original e sequência): numa América assolada pelo crime, um governo intitulado de “novos fundadores” institui uma noite em que todos os cidadãos podem praticar qualquer tipo de transgressão, sem que haja nenhuma punição ou mesmo assistência de qualquer serviço de emergência. A tal liberdade (camuflada) de 12 horas cronometradas tem por objetivo liberar os instintos mais violentos da população, fazendo com que haja uma diminuição na taxa de violência urbana.
Enquanto que, no original, somos apresentados ao drama de uma família encurralada numa casa - que supostamente oferecia proteção da “Purgação” – na sequência, a violência avança de maneira mais ampla e explícita, revelando novas e chocantes nuances.
Em Uma Noite de Crime: Anarquia, as ruas iluminadas e quase desertas escondem uma série de perigos pelos quais um grupo heterogêneo acaba se unindo para sobreviver. Agora, a violência vem tanto por parte da população, quanto de grupos misteriosos e bem armados que andam em caminhões, além de uma facção nova, que é contra o real objetivo da “Noite de Purgação”: eliminar os menos favorecidos. Inserido nesse caos, ainda somos apresentados a uma nova modalidade de Purgação: a dos ricos, em que nos é revelada uma nova faceta - que se torna uma verdadeira involução de algo criado, especificamente, para o controle populacional – que gera uma sociedade anárquica e extremamente corrupta.
Uma Noite de Crime: Anarquia não é uma sequência genial, mas convence por se propor a expandir e tratar de fatos importantes no mundo caótico ao qual o espectador é apresentado: corrupção, relações piramidais desiguais e, em último caso, direitos sociais renegados.
Em tempo: somente um personagem do original faz uma pequena participação em Uma Noite de Crime: Anarquia. Você pode vê-lo quase ao final do filme, observando o que ele se tornou após Uma Noite de Crime

Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy, EUA, 2014). Elenco: Frank Grillo, Carmen Ejogo, Kiele Sanchez. Direção: James DeMonaco. 

Nota – 6 Frames

Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim

03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima


TRAILER LEGENDADO
 

 
 
Post atualizado em 28/05/2021.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

FRAMES-CRÍTICA – Trapaça: o filme esnobado pelo Oscar

Fábio Pereira 


O vencedor do Oscar de 2013, “12 Anos de Escravidão”, é um drama histórico sobre um homem livre que é sequestrado e vendido como escravo. Um bom filme por sinal, mas em minha modesta opinião ficou muito longe de merecer os três Oscar que faturou (além de Melhor Filme, levou Roteiro Adaptado e Melhor Atriz). Aí você me pergunta: por que discorrer sobre isso, já que a crítica aqui deve se tratar do filme Trapaça? Respondo com uma simples informação: Trapaça foi o líder em indicações ao Oscar, concorrendo em 10 categorias distintas, mas sem vencer nenhuma! Isso mesmo, meus caros cinéfilos ou meros adoradores da Sétima Arte. Nada de Oscar para um filme que, se não é brilhante, se destaca por atuações aguçadas e viscerais dos protagonistas, mostrando uma dedicação pela arte por parte de alguns e crescimento profissional por parte de outros.
Mas e a trama? Bem, a trama de Trapaça envolve um trapaceiro e sua sócia - “vestidos” com maestria por Christian Bale (de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que aparece quase irreconhecível (dedicação total ao papel!) e Amy Adams (de O Homem de Aço) – dois “peixes pequenos” que são forçados pelo FBI (Polícia Federal Americana) a se infiltrar na política local, além de um contato nada amigável com a máfia. A arriscada operação, coordenada pelo candidato a galã do “Birô” Richie DiMaso (Bradley Cooper, do excelente O Lado Bom da Vida), envolve contato com o popular prefeito Carmine Polito (Jeremy Renner, de Os Vingadores), mas acaba por complicar quando Rosalyn, - Jennifer Lawrence, de Jogos Vorazes, mostrando sua evolução pós-Oscar - esposa do trapaceiro Irving (Bale) se envolve com quem não deve e coloca as cartas na mesa.
O elenco de Trapaça, grandioso, é mesmo um destaque total na película. Christian Bale mostrando sua versatilidade e dedicação, Amy Adams sendo uma trapaceira sexy e sedutora e Jennifer Lawrence como uma mãe relapsa, além de uma ponta de peso: Robert De Niro (que dispensa referências), como um intimidador chefe da máfia local. Ponto a menos somente para Bradley Cooper, em atuação sóbria e morna. 

De resto, vale conferir a reviravolta ao final da trama, que compensa certa monotonia lá pela metade da produção, além do excelente trabalho dos figurinistas em transportar a atmosfera dos acontecimentos aos saudosos Anos 70.





Trapaça (American Hustle, EUA, 2013). Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Jennifer Lawrence. Direção: David O. Russell.


Nota – 6,5 Frames

Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima




TRAILER LEGENDADO


terça-feira, 22 de outubro de 2013

FRAMES-CRÍTICA – Uma Noite de Crime inova pelo tema, mas peca pela falta de profundidade

Fábio Pereira



Existem muitos estudos científicos que atribuem ao estresse contido à maioria dos danos físicos e psicológicos nas pessoas. Extravasar, através da violência ou descumprimento das leis da sociedade, parece ser um catalisador para a melhora em alguns casos, mas não em todos. Algumas pessoas, simplesmente, não sentem esse tipo de necessidade e a classe médica, em sua quase unanimidade, também reprova esse tipo de “tratamento”. Mas é exatamente deste pressuposto que fica a base para o suspense, ambientando num futuro não tão distante, intitulado Uma Noite de Crime.

Os EUA estão assolados pelo crime e suas prisões superlotadas. A fim de conter essa ameaça sem solução, uma atitude drástica é tomada: uma vez por ano, durante 12 horas, os cidadãos adquirem o direito de cometerem quaisquer tipos de crimes, sem que haja qualquer tipo de consequência legal. É durante os preparativos para essa Noite de Crime que conhecemos James Sandin (Ethan Hawke, do ótimo terror A Entidade) um vendedor de sistema de alarmes para residências, morador de um bairro nobre, que enricou com a nova lei instituída pelos “novos fundadores da nação americana”. Residindo em uma casa confortável e equipada pelo mesmo sistema de alarme vendido por sua companhia, Sandin, sua esposa Mary (Lena Headey, do péssimo Dredd), e seus filhos Charlie (Max Burkholder, de A Creche do Papai) e Zoey (Adelaide Kane, da série de tv Teen Wolf), aguardam a noite da “Purgação” passar.
Mas, quando o filho de Sandin dá abrigo a um desconhecido, perseguido por uma horda de adolescentes sádicos e descontrolados, o jogo vira e é agora a família que deve sobreviver à noite de crime.

Uma Noite de Crime, é uma produção que inova, abordando dois problemas atuais e recorrentes da sociedade moderna: violência e desemprego. A justificativa para a nova lei, além da de extravasar o estresse da sociedade, é a de que o desemprego diminui também por consequência dos crimes cometidos naquela noite, mas o que fica implícito durante a trama é que os menos favorecidos são os principais alvos dos crimes. Daí vem a “Purgação” que dá o nome ao filme.

Com um orçamento incrivelmente baixo (somente US$ 3 milhões)Uma Noite de Crime perde a chance de se aprofundar mais no tema, envolvendo mais aspectos sociológicos e morais (algo corrigido pela excelente sequência - clique e leia meu review), além de deixar quase todos os personagens unidimensionais, com destaque negativo para Ethan Hawke, que não convence no papel como pai de família, numa atuação bastante abaixo de seus padrões usuais. Um ponto positivo fica por conta do jovem Max Burkholder que, além de desempenhar uma posição de destaque na trama (é ele que abriga o sem teto, além de questionar os pais sobre a purgação), mostra uma atuação mais orgânica e natural.


Uma Noite de Crime (The Purge, EUA, 2013). Elenco: Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder. Direção: James DeMonaco.  



Nota – 4,5 Frames

Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim

03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima


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Post atualizado em 16/03/2018.

O Criador Insano

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