No cinema, são raros os casos em que uma sequência
supera o original. Talvez isso se deva a uma série de fatores como péssimos
roteiros, atores medíocres e diretores idem, ou a um específico que defendo há
tempos: a inabilidade em se aprofundar, de maneira inovadora, num tema antes
proposto. Para nossa sorte, amantes da sétima arte, alguns casos ocorrem e
somos brindados com sequências diferenciadas bem mais atrativas.
Para quem não assistiu a Uma Noite de Crime (leia a crítica), vai
aqui uma rápida pincelada sobre o tema permeia ambos (original e sequência):
numa América assolada pelo crime, um governo intitulado de “novos fundadores”
institui uma noite em que todos os cidadãos podem praticar qualquer tipo de transgressão,
sem que haja nenhuma punição ou mesmo assistência de qualquer serviço de
emergência. A tal liberdade (camuflada) de 12 horas cronometradas tem por
objetivo liberar os instintos mais violentos da população, fazendo com que haja
uma diminuição na taxa de violência urbana.
Enquanto que, no original, somos apresentados ao
drama de uma família encurralada numa casa - que supostamente oferecia proteção
da “Purgação” – na sequência, a violência avança de maneira mais ampla e
explícita, revelando novas e chocantes nuances.
Em Uma Noite de Crime: Anarquia, as ruas iluminadas e quase desertas escondem
uma série de perigos pelos quais um grupo heterogêneo acaba se unindo para
sobreviver. Agora, a violência vem tanto por parte da população, quanto de
grupos misteriosos e bem armados que andam em caminhões, além de uma facção
nova, que é contra o real objetivo da “Noite de Purgação”: eliminar os menos
favorecidos. Inserido nesse caos, ainda somos apresentados a uma nova
modalidade de Purgação: a dos ricos, em que nos é revelada uma nova faceta - que
se torna uma verdadeira involução de algo criado, especificamente, para o
controle populacional – que gera uma sociedade anárquica e extremamente
corrupta.
Uma Noite de Crime: Anarquia não é uma sequência
genial, mas convence por se propor a expandir e tratar de fatos importantes no
mundo caótico ao qual o espectador é apresentado: corrupção, relações piramidais
desiguais e, em último caso, direitos sociais renegados.
Em tempo: somente um personagem do original faz uma
pequena participação em Uma Noite de Crime: Anarquia. Você pode vê-lo quase ao final do filme,
observando o que ele se tornou após Uma Noite de Crime.
Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy,
EUA, 2014). Elenco: Frank Grillo, Carmen Ejogo, Kiele Sanchez. Direção: James
DeMonaco.
Nota – 6 Frames
Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima
Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima
TRAILER LEGENDADO
Post atualizado em 28/05/2021.
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