terça-feira, 22 de outubro de 2013

FRAMES-CRÍTICA – Uma Noite de Crime inova pelo tema, mas peca pela falta de profundidade

Fábio Pereira



Existem muitos estudos científicos que atribuem ao estresse contido à maioria dos danos físicos e psicológicos nas pessoas. Extravasar, através da violência ou descumprimento das leis da sociedade, parece ser um catalisador para a melhora em alguns casos, mas não em todos. Algumas pessoas, simplesmente, não sentem esse tipo de necessidade e a classe médica, em sua quase unanimidade, também reprova esse tipo de “tratamento”. Mas é exatamente deste pressuposto que fica a base para o suspense, ambientando num futuro não tão distante, intitulado Uma Noite de Crime.

Os EUA estão assolados pelo crime e suas prisões superlotadas. A fim de conter essa ameaça sem solução, uma atitude drástica é tomada: uma vez por ano, durante 12 horas, os cidadãos adquirem o direito de cometerem quaisquer tipos de crimes, sem que haja qualquer tipo de consequência legal. É durante os preparativos para essa Noite de Crime que conhecemos James Sandin (Ethan Hawke, do ótimo terror A Entidade) um vendedor de sistema de alarmes para residências, morador de um bairro nobre, que enricou com a nova lei instituída pelos “novos fundadores da nação americana”. Residindo em uma casa confortável e equipada pelo mesmo sistema de alarme vendido por sua companhia, Sandin, sua esposa Mary (Lena Headey, do péssimo Dredd), e seus filhos Charlie (Max Burkholder, de A Creche do Papai) e Zoey (Adelaide Kane, da série de tv Teen Wolf), aguardam a noite da “Purgação” passar.
Mas, quando o filho de Sandin dá abrigo a um desconhecido, perseguido por uma horda de adolescentes sádicos e descontrolados, o jogo vira e é agora a família que deve sobreviver à noite de crime.

Uma Noite de Crime, é uma produção que inova, abordando dois problemas atuais e recorrentes da sociedade moderna: violência e desemprego. A justificativa para a nova lei, além da de extravasar o estresse da sociedade, é a de que o desemprego diminui também por consequência dos crimes cometidos naquela noite, mas o que fica implícito durante a trama é que os menos favorecidos são os principais alvos dos crimes. Daí vem a “Purgação” que dá o nome ao filme.

Com um orçamento incrivelmente baixo (somente US$ 3 milhões)Uma Noite de Crime perde a chance de se aprofundar mais no tema, envolvendo mais aspectos sociológicos e morais (algo corrigido pela excelente sequência - clique e leia meu review), além de deixar quase todos os personagens unidimensionais, com destaque negativo para Ethan Hawke, que não convence no papel como pai de família, numa atuação bastante abaixo de seus padrões usuais. Um ponto positivo fica por conta do jovem Max Burkholder que, além de desempenhar uma posição de destaque na trama (é ele que abriga o sem teto, além de questionar os pais sobre a purgação), mostra uma atuação mais orgânica e natural.


Uma Noite de Crime (The Purge, EUA, 2013). Elenco: Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder. Direção: James DeMonaco.  



Nota – 4,5 Frames

Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim

03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima


TRAILER LEGENDADO

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Post atualizado em 16/03/2018.

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