Fábio Pereira
“Querido Billy, estou numa ilha cheia de criaturas exóticas,
um coronel que perdeu a razão e dois protagonistas sem química ou qualquer
carisma”. Essa citação bem que poderia pertencer a uma carta endereçada ao
filho de um dos soldados que protagonizam a nova empreitada do primata mais antigo
e famoso das telonas. Em Kong: A Ilha da Caveira (2017), o diretor Jordan
Vogt-Roberts (levante a mão quem já tinha ouvido falar dele!) nos traz um
remake não literal do filme de 1976, estrelado por Jeff Bridges e Jessica
Lange, mas sem o apelo emocional dos protagonistas ou a famosa exibição do “Rei”
na cidade grande (também retratada na ótima versão de Peter Jackson em 2005). Nesta
recente produção, a história toma novos rumos. Bill Randa (John Goodman, de
Arizona Nunca Mais) consegue, através de um senador americano, verba para
investigar uma misteriosa ilha em que Randa acredita haver monstros. Para
alcançar tal objetivo, ele também solicita uma escolta armada e, com a derrota
dos americanos na Guerra do Vietnã, um desolado coronel do exército (Samuel L.
Jackson, de Pulp Fiction) vê sua chance de “dar a volta por cima” e aceita a
tarefa. Também acompanham o grupo o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston, o
Loki de “Thor”) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson, a capitã Marvel).
Trama traçada, vamos aos fatos para você que ainda
continua lendo essa crítica. Kong: A Ilha da Caveira não é um filme ruim, mas passa longe de ser
a tão superestimada e adorada superprodução que tanto comentam em grupos do
Facebook ou em sites especializados sobre cinema. Já nos primeiros minutos da
película a nova versão do gorila é revelada, tirando todo o impacto do mistério
que poderia ser revelado somente mais à frente. Erros a parte, a trama continua
de maneira interessante, até que o roteiro derrapa bruscamente e transforma o personagem
de Jackson num insano vilão, inconformado pela perda da Guerra. Soma-se a isso
a inexpressividade de Tom Hiddleston (que parece estar fazendo um filme “para
pagar o aluguel”) e a insossa Brie Larson (com o carisma de uma uva passa) e
temos um filme com militares "super-ultra-mega-armados", enfrentando animais
exóticos e gigantes; uma tribo local que, em sua mudez é mais expressiva que a
personagem de Tian Jing (de A Grande Muralha); um King Kong sem a expressividade
da versão de Peter Jackson (ele está lá somente para lutar contra os outros
monstros); e o personagem de John C. Reilly (o alívio cômico que se mostra mais
interessante e empático com o espectador que todos os outros personagens somados).
Como afirmei anteriormente, Kong: A Ilha da Caveira não é
um filme ruim - principalmente para quem adora ver um UFC de monstros se
digladiando em inúmeras cenas de ação – mas também não é essa pérola divertida
que tanto comentam por aí.
Em tempo: há uma cena pós-créditos revelando que Kong: A Ilha da Caveira é só
o começo.
Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, EUA, 2017). Elenco: Tom Hiddleston, John Goodman, Samuel L. Jackson. Direção: Jordan Vogt-Roberts.
Nota – 5 Frames
Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima
Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima
TRAILER LEGENDADO
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