segunda-feira, 3 de junho de 2019

FRAMES-CRÍTICA: Zigoto: o curta-metragem que deixa superproduções de terror no chinelo

Fábio Pereira
xanderfbi@hotmail.com 

Não é segredo, nem para você leitor do Frames da Imaginação, nem para os milhares de fãs do gênero terror, que grande parte das atuais produções perdeu o poder de transmitir a sensação de insegurança e agonia aos espectadores. Em meio à reboots sofríveis (como o novo A Múmia, com Tom Cruise) e remakes louváveis (It e sua aguardada sequência), Zigoto, um curta de 2017 me chamou atenção.
Na crítica anterior (que você confere aqui), falei sobre um filme que homenageava os grandes Slashers do cinema, além das gratas homenagens aos clichês do gênero, já nesse curta-metragem as claras inspirações em produções clássicas, como Alien – O Oitavo Passageiro, Aliens - O Resgate e O Enigma de Outro Mundo (leia meu review) nos brinda, em pouco mais de 20 minutos, enchendo a tela com a essência de tudo que falta nas produções atuais: uma história que, se não é inédita, prende (e muito) a atenção do espectador; uma trilha sonora que age como um catalisador para as cenas mais tensas; e o bom e velho gore, que muitos idolatram.
Em Zigoto, Neill Blomkamp, diretor de Distrito 9 (2009) e Elysium (2013), dentre outros créditos, através do canal no YouTube intitulado Oats Studios (e também disponível na Netflix), nos traz a história de uma operação de mineração no extremo norte do Círculo Polar Ártico, por volta do ano 2050. Lá, numa instalação em ruínas, sabemos que dentre os 98 funcionários há somente 2 sobreviventes (um humano e uma sintética). Caçados por uma criatura bizarra e assustadora,

Dakota "Sintética" Fanning

eles tentam (a todo custo) chegar ao abrigo corporativo, que contém comida e suprimentos (além de uma imensa porta de aço!).
Blomkamp, em pouco mais de 20 minutos, faz um trabalho maravilhoso, que poderia ser transformado (sem sobra de dúvidas) num longa-metragem bem melhor trabalhado, no entanto o curta cumpre maravilhosamente seu papel em transportar o espectador a um ambiente inóspito, onde a criatura que emite um som grotesco segue no encalço dos sobreviventes a cada metro percorrido, não dando margem para erros. Vale notar também o grande trabalho de interpretação dos protagonistas, Jose Pablo Cantillo (o Martinez, da quase finada série The Walking Dead) e Dakota Fanning (de Heróis/2009), que “vestem” seus personagens de maneira perfeita, transmitindo ao espectador, de forma crível, todo o terror visto na tela.



Zigoto (Zygote, Canadá, 2017). Elenco: Dakota Fanning, Jose Pablo Cantillo. Direção: Neill Blomkamp.


Nota – 8 Frames

Pontuação 
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima



CURIOSIDADE




-Zigoto foi filmado num abrigo nuclear desativado no Canadá, sobra da guerra fria, e que foi cenário de diversos outros filmes, como A Soma de Todos os Medos (2002). Atualmente, o bunker é um museu sobre a guerra fria.








 

 

TEASER

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