Fábio
Pereira
The Walking Dead é uma série de TV que revolucionou ao mostrar
um apocalipse zumbi, em larga escala, acontecendo nas telinhas (algo que só
havia sido mostrado nas telonas, em produções variadas). Mas, The Walking Dead
não é uma série sobre zumbis, mas sim sobre como os sobreviventes reagem ao
apocalipse, deixando transparecer as mais variadas facetas humanas (algumas
boas e outras perversas ou cruéis). Aí você, caro leitor, que está acompanhando
essa crítica, começa a se perguntar: “Mas não era para falar sobre Z Nation?”.
E eu te respondo: Era sim, mas pelo título acima, não há como não fazer
comparações à série de Rick Grimes & Cia.Assisti somente ao primeiro episódio de Z Nation, mas minha
avaliação foi a pior possível.

Com a trama estabelecida, personagens unidimensionais são
jogados ao espectador como as hordas zumbis que infestam as produções B dos
cinemas, sem a menor preocupação em caracterizar melhor, inclusive, os
protagonistas. Mas o que esperar de uma produção barata do SyFy, com clichês
gritantes extraídos de The Walking Dead? Pelo início do episódio pode-se notar
o descaso com a série. Numa cena em que é dada a “misericórdia” a uma anciã, um
take externo mostra figurantes estremecendo antes mesmo de o tiro ser dado (!).
Já pela parte final, a coisa piora ao mostrar um bebê, que antes nem sabia
andar, mas depois de “zumbificado” (Alguém aí lembrou de Madrugada dos Mortos?)
adquire habilidades dos zumbis de Guerra Mundial Z, construídas num CGI de
quinta categoria (!!), além do péssimo encerramento com DJ Qualls (o Garth, da série Supernatural), saindo
do papel sério de militar e se transformando num radialista engraçadinho (!!!).
Em resumo, Z Nation só tem um ponto positivo, que deve ser
mais bem explorado ao decorrer da série: enquanto que em The Walking Dead tudo
é muito territorial, com a ação se passando lentamente em alguns locais fixos,
a nova produção do SyFy vai apostar num apocalipse zumbi “on the road”,
colocando mais possibilidades para o espectador vivenciar um vasto EUA
devastado.
Notas
- Em certo momento, Hammond afirma que achou o acampamento
dos sobreviventes por indicação de um ex-policial que havia se abrigado numa
prisão (Olá, Rick Grimes?);
- Um dos sobreviventes, em luta corporal com os “Zs”, usa um
martelo para mata-los (Tyreese curtiu isso!);
-Nem um apocalipse zumbi pode matar o Capitalismo. Existe
espaço para comercialização de armas diversificadas e customizadas.
TRAILER