quinta-feira, 18 de setembro de 2014

FRAMES-TV: Z Nation – O clichê mal feito de The Walking Dead



Fábio Pereira

The Walking Dead é uma série de TV que revolucionou ao mostrar um apocalipse zumbi, em larga escala, acontecendo nas telinhas (algo que só havia sido mostrado nas telonas, em produções variadas). Mas, The Walking Dead não é uma série sobre zumbis, mas sim sobre como os sobreviventes reagem ao apocalipse, deixando transparecer as mais variadas facetas humanas (algumas boas e outras perversas ou cruéis). Aí você, caro leitor, que está acompanhando essa crítica, começa a se perguntar: “Mas não era para falar sobre Z Nation?”. E eu te respondo: Era sim, mas pelo título acima, não há como não fazer comparações à série de Rick Grimes & Cia.Assisti somente ao primeiro episódio de Z Nation, mas minha avaliação foi a pior possível. 
Esta produção do canal americano Sy Fy poderia ter abordado outros caminhos, fugindo dos clichês de filmes e da própria série The Walking Dead, mas não é isso que acontece. Somos apresentados a um mundo em que um apocalipse zumbi aconteceu há três anos, devastando todos os EUA e deixando um frágil contingente militar em operação. É nesse universo que, em ritmo acelerado e sem maiores explicações, conhecemos Mark Hammond (Harold Perrineau, de Lost), um soldado que precisa, a todo custo, levar o único humano sobrevivente a um ataque zumbi (devido a uma vacina milagrosa) até um laboratório na Califórnia, para que se tente salvar a humanidade. No caminho, Hammond encontra alguns sobreviventes que o ajudarão na difícil jornada.
Com a trama estabelecida, personagens unidimensionais são jogados ao espectador como as hordas zumbis que infestam as produções B dos cinemas, sem a menor preocupação em caracterizar melhor, inclusive, os protagonistas. Mas o que esperar de uma produção barata do SyFy, com clichês gritantes extraídos de The Walking Dead? Pelo início do episódio pode-se notar o descaso com a série. Numa cena em que é dada a “misericórdia” a uma anciã, um take externo mostra figurantes estremecendo antes mesmo de o tiro ser dado (!). Já pela parte final, a coisa piora ao mostrar um bebê, que antes nem sabia andar, mas depois de “zumbificado” (Alguém aí lembrou de Madrugada dos Mortos?) adquire habilidades dos zumbis de Guerra Mundial Z, construídas num CGI de quinta categoria (!!), além do péssimo encerramento com DJ Qualls (o Garth, da série Supernatural), saindo do papel sério de militar e se transformando num radialista engraçadinho (!!!).
Em resumo, Z Nation só tem um ponto positivo, que deve ser mais bem explorado ao decorrer da série: enquanto que em The Walking Dead tudo é muito territorial, com a ação se passando lentamente em alguns locais fixos, a nova produção do SyFy vai apostar num apocalipse zumbi “on the road”, colocando mais possibilidades para o espectador vivenciar um vasto EUA devastado.

Notas

- Em certo momento, Hammond afirma que achou o acampamento dos sobreviventes por indicação de um ex-policial que havia se abrigado numa prisão (Olá, Rick Grimes?);

- Um dos sobreviventes, em luta corporal com os “Zs”, usa um martelo para mata-los (Tyreese curtiu isso!);

-Nem um apocalipse zumbi pode matar o Capitalismo. Existe espaço para comercialização de armas diversificadas e customizadas.

TRAILER


 

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